Comemorando o Dia da Ada Lovelace e seu legado, tive a oportunidade de escrever o seguinte post para a Brazilians in Tech:
Hoje celebramos o Ada Lovelace Day, uma homenagem àquela que ocupa o posto de primeira programadora do mundo. O legado de Ada é fundamental não apenas para a área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, mas também para celebrar as conquistas femininas nesses setores que ainda hoje as mulheres são um grupo sub-representado.
Por isso, decidimos trazer outra figura feminina icônica e pioneira para potencializar ainda mais nossa celebração: Mary Shelley. Ela escreveu o clássico “Frankenstein”, considerado o primeiro livro de ficção científica da história.
A conexão entre as duas está na presença talentosa, mas extremamente caótica de Lord Byron. Uma das obras mais conhecidas do poeta é Don Juan, personagem que espelha as características do autor e que se tornou um arquétipo para descrever homens com a necessidade compulsiva de seduzir, envolvendo-se em relacionamentos amorosos pouco duradouros.
Ada era filha de Byron. Logo após seu nascimento, Byron escreveu para sua então esposa desmanchando o casamento. Com medo da filha herdar a natureza “poética e boêmia” de seu pai, a mãe de Ada a instruiu desde pequena em seu campo de conhecimento: matemática e ciências.
A origem de “Frankenstein” é bem conhecida: resultou do desafio de escrever uma história de fantasma durante uma noite chuvosa. Mary Shelley trouxe seus próprios traumas e medos para a criação da história. Ela estava de férias ao lado de dois poetas ingleses: Percy Shelley, quem se tornaria seu marido, e — ele mesmo, Lord Byron, quem lançou o desafio.
Se há um tema que conecta Lovelace e Shelley com todas as mulheres nesta data, é nossa capacidade incomparável de transformar obstáculos e objeções em conquistas disruptivas de alta qualidade.
Sobre a experiência de produzir esse texto, posso dizer o seguinte: Eu amo as conexões da vida e como habilidades de uma área florescem incrivelmente em outras, trazendo inovações.
No começo do ano, quando estava lendo O Morro dos Ventos Uivantes, acabei estudando a história caótica e influente do Lord Byron, porque descobri que o arquétipo do Heathcliff tem muito dele. Logo depois, fui pra Frankenstein, e a conexão de Byron com Mary Shelley foi feita.
Quando eu estava pesquisando mais sobre a vida da Ada Lovelace, eu simplesmente SURTEI quando descobri que ela era filha do Lord Byron. Eu sabia do rastro de decepções amorosas e famílias destruídas que ele tinha deixado, mas nem imaginei que dali tinha surgido a primeira programadora do mundo.
É muito louco como as coisas se conectam e como o caos e a ordem fazem uma dança eterna — sendo ambos necessários (mas essa é outra conversa).
A programação começou a fazer sentido pra mim quando eu realmente a vi como uma forma de linguagem e escrita. Ada Lovelace e seu legado é a prova da potência que é a junção da criatividade literária com o pensamento de exatas.
“o caos e a ordem fazem uma dança eterna — sendo ambos necessários (mas essa é outra conversa).” Frase para a vida, as coisas acontecem no curso em que deveriam acontecer. Maravilhoso texto, Camila!!